Governador de Minas contradiz discurso ao aprovar aumento salarial para secretários em meio a pagamento de jetons.





Secretários do Governador de Minas Gerais Receberam Jetons em Junho

No mês de junho, os auxiliares do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), receberam, somados, ao menos R$ 70 mil em jetons, remuneração paga a quem participa no conselho de administração de empresas estatais. Esse pagamento vai na contramão do que Zema vem afirmando em entrevistas para justificar o aumento sancionado no ano passado de quase 250% nos salários de seu secretariado, além do reajuste em seu próprio salário, que chegará a 298% a partir do próximo ano.

Zema salientou em uma entrevista à CNN Brasil que os secretários de Minas Gerais receberam valores maiores referentes a jetons no passado, mas isso não era divulgado. Ele enfatizou que o governo preza pela transparência e que as remunerações atuais estão de acordo com as informações apresentadas. Secretários como Pedro Barros de Souza, Marilia Carvalho de Melo e Luiz Claudio Gomes receberam valores adicionais de empresas estatais no mês de junho. Além disso, a ex-secretária Luisa Barreto também recebeu remuneração por participar do conselho da Gasmig.

O salário dos secretários de Zema aumentou consideravelmente, sendo atualmente de R$ 33 mil, e chegará a R$ 34.774,64 a partir de 2025. Apesar da aprovação de uma medida que proibia secretários de receberem jetons, Zema vetou esse dispositivo. O governo mineiro justificou que a nova lei estabeleceu limites para o recebimento de jetons e que a prática anterior gerava pagamentos arbitrários ao longo dos anos.

O ex-secretário da Fazenda, Gustavo de Oliveira Barbosa, foi o que recebeu o maior valor em jetons no mês de junho, sendo que ele também ultrapassou o teto salarial do funcionalismo estadual. O aumento salarial sancionado por Zema foi considerado irregular pelo conselho de supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) de Minas Gerais, pois violava a lei que estabelece regras para o regime.

O RRF foi criado para conceder alívio à dívida de estados em crise, mas impõe medidas como o congelamento de salários de servidores. Além disso, o governo de Minas teve prorrogado o prazo para o pagamento de sua dívida com a União até o fim de agosto.


Sair da versão mobile