Ex-membros do Opus Dei acusam o grupo de recrutar crianças, apesar de negativas, revela investigação do Financial Times.




Opus Dei acusado de recrutar crianças

Opus Dei acusado de recrutar crianças

Recentemente, dezenas de ex-membros do Opus Dei levantaram acusações contra o grupo católico conservador, alegando que crianças menores de idade estavam sendo recrutadas, indo de encontro às declarações da organização de que não realizava recrutamento com menores.

Em relatos dados ao Financial Times, ex-membros afirmaram que foram recrutados quando ainda eram crianças ou testemunharam tentativas de recrutamento ao longo dos últimos anos, incluindo a preparação de crianças por meio de clubes da juventude, escolas e programas comunitários ligados à organização em diversos países, como EUA e Europa.

Segundo um ex-membro que foi diretor adjunto de um clube de meninos na Colômbia, o recrutamento era feito de forma estratégica, visando jovens vulneráveis que buscavam pertencimento e eram pressionados a se juntar ao grupo. A idade-alvo para o recrutamento era por volta dos 14 anos e meio, sendo que crianças nessa faixa etária eram encorajadas a escrever uma carta solicitando admissão no Opus Dei, um processo conhecido como “assobiar”.

Apesar dos estatutos do Opus Dei proibirem formalmente a adesão de menores de 18 anos desde 1982, ex-membros relataram práticas como a utilização de austeridades corporais, como o uso de cilício e disciplina, por parte de menores de idade. A organização, no entanto, defendeu-se afirmando que os candidatos juniores não assumiam obrigações ou responsabilidades ao solicitar admissão.

As alegações de recrutamento de menores têm gerado controvérsia e levantado questionamentos sobre as práticas do Opus Dei em vários países. Alguns ex-membros destacaram a intensidade do processo de recrutamento e a pressão exercida para permanecer fiel à organização, mesmo antes de atingirem a maioridade.

Os relatos apontam para uma mudança de mentalidade dentro do Opus Dei, com ex-membros denunciando práticas abusivas e manipuladoras destinadas a recrutar jovens antes mesmo que sejam influenciados por outros aspectos da vida, como relacionamentos ou sexualidade.

Enquanto a Opus Dei nega as acusações de recrutamento direcionado de menores, ex-membros continuam a levantar preocupações sobre as práticas da organização, incluindo a pressão para adotar austeridades e a falta de transparência em relação aos processos de admissão e formação espiritual.

A polêmica em torno do Opus Dei tem levado ex-membros a buscar ações civis por danos pessoais em países como Irlanda e Reino Unido, enquanto a organização e o Vaticano mantêm-se em silêncio sobre as acusações.


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