Cracolândia da Lapa terá casas históricas restauradas pela Prefeitura em ação determinada pela Justiça.




Decisão judicial determina reforma de vila histórica na Lapa

Decisão judicial determina reforma de vila histórica na Lapa

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a Prefeitura do Rio e os proprietários de cinco casas localizadas em uma vila tombada pelo patrimônio municipal na Lapa realizem a reforma estrutural e a restauração arquitetônica dos imóveis. Atualmente, as casas encontram-se abandonadas e ocupadas por famílias e pelo crime organizado, sendo conhecida como a “cracolândia da Lapa”.

A Vila Politheama, localizada no número 122 da rua do Lavradio, uma área central da cidade próxima a prédios públicos, como o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e o Batalhão Central da Polícia Militar, foi alvo de uma ação civil movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital foi responsável por tomar essa iniciativa.

As casas estão em péssimo estado de conservação, e a decisão da 9ª Vara de Fazenda Pública determina que a prefeitura e os proprietários têm o prazo de 360 dias para restaurar os imóveis, preservando suas características arquitetônicas históricas. Em caso de descumprimento, a multa prevista é de R$ 20 mil.

Dois dos imóveis precisam ser desocupados e interditados em até 180 dias, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. As pessoas retiradas das casas terão o direito à moradia garantido e receberão auxílio habitacional temporário. Além disso, a Prefeitura deverá pagar uma indenização, cujo valor ainda não foi definido, por danos decorrentes da degradação do patrimônio cultural, destinado ao Fundo Estadual de Conservação Ambiental.

A vila, tombada desde 1987, apresenta construções irregulares e risco de colapso e incêndio. Em maio de 2015, um incêndio causou o desabamento parcial de uma das casas, evidenciando a urgência da intervenção.

O conjunto arquitetônico foi construído em 1893 como um dos primeiros núcleos de moradia popular do Rio, que até mesmo serviu de cenário para a novela “Sassaricando”. A região é também alvo frequente de ações policiais e vistorias da Defesa Civil, devido à sua ocupação por grupos criminosos.

Apesar das alegações de dificuldade de acesso e segurança por parte da prefeitura e dos proprietários, a decisão ressalta a responsabilidade conjunta entre o poder público e os particulares na conservação do patrimônio tombado. A falta de execução do projeto de restauração prolonga o estado de abandono e precariedade, favorecendo ocupações irregulares e degradação.


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