Produtores de audiovisual da Tijuca pedem alterações em edital da RioFilme por considerarem critérios injustos e prejudiciais à região.







Artistas e Produtoras da Grande Tijuca pedem mudanças nos editais da Riofilme

Empresas produtoras de audiovisual sediadas na Grande Tijuca, artistas, técnicos, produtores e demais trabalhadores do audiovisual da região criticam as regras de pontuação dos editais da Riofilme e pedem mudanças para as chamadas públicas abertas até o dia 5 de agosto. Para eles, o sistema proposto pela empresa da prefeitura do Rio de Janeiro vinculada à Secretaria Municipal de Cultura prejudica as produtoras da região.

No atual formato há pontuação extra para diversas regiões da cidade, mas a Grande Tijuca é tratada como se fosse igual à Zona Sul em termos de produção e consumo cultural, mas sabemos que a realidade não é essa, não existe a mesma quantidade de produtoras, de filmagens, de cinemas de rua, festivais na região como existem na Zona Sul”, afirma Matheus Peçanha do Estúdio Giz.

Nos editais de Cultura do município, da Secretaria Municipal de Cultura, na Lei Municipal de Cultura e nos editais da RioFilme há pontuação extra para as empresas proponentes sediadas nas A.P.s (Áreas de Planejamento) 3 (Zona Norte), 5 (Zona Oeste) e 4 (Grande Barra da Tijuca e Jacarepaguá – no caso desta última, os bairros da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes são excluídos da pontuação extra). Dessa forma, as APs 1 (Região Central da cidade), 2 (Zona Sul e Grande Tijuca) e os bairros da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes não recebem pontuação extra. Porém, segundo os artistas e produtores, isso é injusto com a região.

É verdade que há certa proximidade sócio-econômica entre a Zona Sul e a Tijuca, mas em termos de realidade cultural há um grande abismo, a região é solenemente ignorada pela aristocracia cultural da cidade, os cinemas de rua que existiam na região desapareceram, o que exclui a região de diversos festivais de cinema da cidade, a região também está longe de ser um polo de produtoras como Botafogo ou Ipanema e muitos artistas, produtores e demais trabalhadores da região acabam se mudando daqui por não fazer parte do burburinho cultural. Ou seja: se não faz parte, como a prefeitura quer classificar como se fizesse, a região acaba perdendo dos dois lados, nem o setor a vê como área do circuito e, ao mesmo tempo, o poder público exclui a região do incentivo”, diz Gustavo Colombo da produtora Tijuca Filmes.

“Há outros problemas no atual formato, ao excluir apenas Barra e Recreio, bairros de elite como Joá e Itanhangá recebem pontuação, mas o Andaraí, que está na Grande Tijuca, não. Não acredito que achem justa esse sistema de pontuação atual, por isso pedimos uma mudança já para esse edital em curso”, comenta Matheus.


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