Preços dos produtos agropecuários têm alta em julho

No cenário atual, os preços dos produtos agropecuários estão em alta, mesmo não atingindo os picos registrados há dois anos. Essa elevação nos preços, em relação ao mês anterior, impacta a inflação e preocupa os consumidores.

Comparando com o mesmo período de baixa em 2023, os preços pagos aos produtores apresentam uma melhora significativa. Um exemplo disso é o arroz, que depois de sofrer com as enchentes no Rio Grande do Sul, teve uma aceleração dos preços, mas reduziu o ritmo em julho, à medida que os produtores aguardam por valores mais atrativos nos próximos meses.

Segundo dados do Cepea, os preços de julho deste ano tiveram um aumento de 37% em relação a julho de 2023. Já o trigo, após notícias de safras melhores na Rússia e na Argentina, viu uma desaceleração nos preços, porém ainda registrou uma média de R$ 1.461 por saca no mês passado, 12% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

O milho, por sua vez, teve uma queda nos preços e acumulou uma média de R$ 57 em julho, sendo o menor valor em 12 meses. Essa redução é atribuída à entrada do produto da safrinha no mercado nacional, juntamente com um cenário favorável para a safra dos Estados Unidos, onde 68% das lavouras são consideradas boas e excelentes, um aumento em relação ao ano anterior.

A soja tem perspectivas de melhora com a possível volta da China ao mercado no segundo semestre. Mesmo com preços 6% menores do que os de 2023, o dólar atual e os prêmios pagos nos portos favorecem as exportações.

Impacto na economia

A cadeia da soja e do biodiesel, que teve um crescimento de 21% no ano passado, prevê uma diminuição de 5,33% neste ano devido à quebra da safra e aos preços menores da soja. O PIB da cadeia deverá recuar para R$ 422 bilhões, com reflexos em toda a cadeia do setor. Medidas estão sendo tomadas para reduzir o impacto negativo, como o aumento da produção de biodiesel e as exportações de farelo de soja.

Em relação à renda, estima-se um recuo de 13,1% no PIB da soja e uma queda de 33,15% na renda real, devido à baixa nos preços relativos da cadeia produtiva.

Conclusão

Diante desse cenário de alta nos preços dos produtos agropecuários, é fundamental acompanhar de perto as tendências do mercado e as oscilações nos preços, visando um equilíbrio econômico e social para todos os envolvidos no setor agropecuário.