Bancos Centrais Latino-Americanos Agem com Cautela Diante de Preocupações com Inflação em Contrastecom Fed dos EUA





Título: Bancos Centrais Latino-Americanos Demonstram Preocupação com Inflação

Data: 31 de julho de 2019

Três bancos centrais latino-americanos expressaram preocupações com a inflação em suas respectivas reuniões de política monetária realizadas nesta quarta-feira (31), contrastando com a postura mais otimista do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos em relação ao ciclo de flexibilização monetária. O Copom do Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa Selic inalterada, citando riscos crescentes de pressão inflacionária.

O Banco Central do Chile surpreendeu ao interromper seu ciclo de cortes de juros, enquanto a Colômbia implementou um corte de 0,50 ponto percentual, apesar de uma votação dividida revelar certa resistência. Por outro lado, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o primeiro corte de juros nos EUA pode ocorrer em setembro, em meio aos avanços em direção à meta de inflação de 2%.

A expectativa dos cortes nos juros nos EUA pode beneficiar os bancos centrais latino-americanos, mas as decisões tomadas nesta quarta-feira destacaram que a flexibilização nos EUA pode não ser suficiente diante de outros fatores. O Copom, liderado por Roberto Campos Neto, manteve a Selic em 10,5%, alertando para riscos inflacionários relacionados ao câmbio, projeções de inflação acima da meta e custos de serviços em alta.

No Chile, a decisão unânime de manter a taxa em 5,75% surpreendeu analistas, enquanto na Colômbia, o corte de juros foi motivado por uma inflação mais alta do que o esperado. A perspectiva para a política monetária na região pode mudar em setembro, dependendo das ações do Fed.

Além disso, os bancos centrais enfrentam pressões políticas de líderes desejosos de impulsionar o crescimento econômico, o que pode complicar ainda mais o cenário. O economista Francisco Nobre alertou para incertezas em relação ao processo de flexibilização nos EUA, destacando que as expectativas de três cortes de juros podem ser otimistas.

Folha Mercado

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Em resumo, as decisões dos bancos centrais latino-americanos apontam para a necessidade de cautela diante dos desafios inflacionários e econômicos, enquanto aguardam os próximos passos do Fed.


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