Atletas e Transtornos Alimentares: A Pressão Estética e os Riscos Invisíveis no Mundo Esportivo




Transtornos alimentares entre atletas são tabu e pouco discutidos, dizem especialistas

Transtornos alimentares entre atletas são tabu e pouco discutidos, dizem especialistas

De acordo com especialistas, a pressão estética é uma realidade que afeta todos os corpos, inclusive atletas e pessoas com obesidade. Cerca de 4% das pessoas com obesidade podem desenvolver algum transtorno alimentar, alerta Adriano Segal, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica). No entanto, atletas também estão suscetíveis a esses transtornos, com números que variam de 6 a 40% entre atletas mulheres nos Estados Unidos, segundo a National Eating Disorders Association.

Os transtornos alimentares são multifatoriais, influenciados por aspectos genéticos, bioquímicos e culturais. Muitas vezes, comportamentos nocivos são justificados como medidas para melhorar o desempenho esportivo, como é o caso de esportes que exigem manutenção de peso, como ginástica, judô e boxe. A busca por um número na balança pode levar atletas a adotar práticas alimentares disfuncionais e até desenvolver anorexia ou bulimia.

Apesar de eventos recentes terem trazido a questão da saúde mental no esporte para o debate, como a desistência da ginasta Simone Biles nas Olimpíadas de Tóquio e o Projeto Inspire, liderado por Rebeca Andrade, os transtornos alimentares ainda são marginalizados. A falta de informação e diálogo sobre essas doenças psiquiátricas é uma realidade comum no universo esportivo, segundo Thaís Neri, nutricionista do setor de Ginecologia do Esporte da Unifesp.

Márcia Martins, psicóloga que também trabalha com atletas, destaca a importância de uma relação próxima entre atletas e nutricionistas. A desmistificação de mitos sobre alimentação, o acesso a informações sobre nutrição e a conscientização dos treinadores são fundamentais para prevenir e tratar os transtornos alimentares entre atletas.

Para receber ajuda, é essencial que os atletas reconheçam a necessidade de acompanhamento profissional. A importância do trabalho psicológico e nutricional desde as primeiras sessões é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos esportistas. A conscientização sobre os transtornos alimentares e a busca por ajuda especializada são passos essenciais para lidar com essas questões no meio esportivo.


Sair da versão mobile