Ataques e vandalismo em protestos desencadeiam confrontos na Venezuela após resultado eleitoral contestado div>

O Ministério Público da Venezuela divulgou nesta terça-feira (30) que diversas sedes do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e outras instituições públicas foram alvo de ataques e vandalismo por parte de grupos insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais que deram a vitória ao presidente Nicolás Maduro.

Segundo informações do MP, os confrontos resultaram na morte de um membro da Guarda Armada Nacional Bolivariana, além de terem deixado 48 membros das forças de segurança feridos e levado à prisão de 749 pessoas. Por outro lado, a ONG venezuelana Foro Penal afirmou que seis manifestantes foram mortos desde a última segunda-feira (29).

O chefe do Ministério Público venezuelano, Tarek William Saab, classificou parte desses atos como atos de terrorismo e ressaltou que não se tratam de protestos legítimos. Ele afirmou que o objetivo desses grupos é gerar caos e promover uma intervenção estrangeira no país.

Enquanto isso, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou preocupação com as detenções e afirmou que as manifestações estão ocorrendo em pelo menos 17 dos 24 estados da Venezuela. Volker Türk destacou a prisão de centenas de pessoas, incluindo crianças, e expressou alarme com o uso desproporcional de força pelas autoridades.

Tarek Saab, em uma declaração à imprensa, exibiu vídeos que mostravam atos de violência cometidos por manifestantes, incluindo incêndios em prédios, agressões a agentes de segurança e espancamentos a supostos apoiadores de Maduro.

Além disso, estátuas de figuras políticas importantes foram derrubadas durante os protestos, o que indica a gravidade e a intensidade dos atos de vandalismo que assolaram o país nos últimos dias.

Enquanto o governo de Maduro defende a legitimidade do pleito eleitoral, parte da oposição e organismos internacionais questionam a transparência das eleições e cobram a divulgação das atas para que os votos possam ser auditados.

O impasse político na Venezuela segue, com acusações mútuas entre o governo e a oposição, enquanto a população vive um cenário de tensão e violência nas ruas. A falta de transparência nas eleições e a ausência de divulgação das atas só contribuem para a instabilidade no país.

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