Estudantes da Uerj pedem revogação de medida restritiva para bolsas estudantis e ocupam reitoria em protesto revolucionário.

Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão mobilizados em um protesto contra as novas regras estabelecidas pela instituição para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. De acordo com a Uerj, as novas medidas excluem cerca de 1,2 mil alunos da graduação, que não atendem mais aos critérios para receber os benefícios.

O Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, publicado pela reitoria da Uerj, foi o estopim para a manifestação dos estudantes, que resultou na ocupação da reitoria. O grupo de manifestantes exige a revogação do Aeda e permanece no local em protesto. Uma nova manifestação está programada para esta segunda-feira (29).

Uma das principais mudanças estabelecidas pelo Aeda é a limitação do Auxílio Alimentação apenas para estudantes cujos cursos não possuam restaurante universitário. O valor do auxílio será de R$ 300, pago mensalmente de acordo com a disponibilidade orçamentária. Além disso, a renda familiar per capita exigida para o recebimento dos auxílios e da Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social foi definida em meio salário mínimo vigente, que corresponde a R$ 706 atualmente.

O impacto das novas regras afeta diretamente os estudantes em vulnerabilidade social, conforme apontado pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), que expressou surpresa com as decisões tomadas durante o recesso acadêmico. Os docentes destacaram a importância da inclusão social na universidade e questionaram os cortes significativos nas bolsas destinadas aos alunos em situação de vulnerabilidade.

A Uerj emitiu uma nota informando que está em busca de diálogo com os estudantes para que desocupem a reitoria e não prejudiquem o funcionamento da instituição. A reitoria ressaltou que o Ato Executivo foi resultado de discussões com os centros acadêmicos e o diretório central dos estudantes e que as medidas foram divulgadas durante o recesso acadêmico para não interferir na inscrição em disciplinas.

Apesar das justificativas da Uerj, os estudantes seguem firmes em seu protesto e na exigência pela revogação das novas regras. O impasse entre a instituição e os manifestantes permanece, enquanto a comunidade acadêmica busca uma solução para garantir o acesso à assistência estudantil e a manutenção dos benefícios para aqueles que mais necessitam.

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