Uma venezuelana, que pediu para que seu nome verdadeiro não fosse identificado, disse que foi fiscal de mesa de votação no colégio eleitoral São Francisco de Assis, na capital. Segundo seu relato à reportagem, na mesa em que ela fiscalizou, foram contabilizados 304 votos para Edmundo Gonzalez e 49 votos para Maduro. “Não é possível que esse homem tenha ganhado. Eu vi. Ele perdeu na maioria das mesas do meu colégio”, disse desesperada e com lágrimas nos olhos a reportagem. “Sabe o que se chama? Fraude”, afirmou, inconformada.
O jornalista venezuelano, Eugenio Martinez, especialista em política, afirmou que depois da denúncia sobre o sistema de transmissão dos resultados ter sofrido uma pane, a auditoria para se tornar extremamente necessária e que ela aconteça em 24 horas depois da denúncia é essencial. Mas, segundo o jornalista, “lamentavelmente, o CNE suspendeu essa auditoria. Se essa auditoria não for realizada hoje, ela perderá toda validez”, avaliou.
Maduro é proclamado presidente
Nicolás Maduro foi oficialmente proclamado como presidente nesta segunda-feira, seguindo o calendário eleitoral do país. Na cerimônia, marcou que há uma tentativa de golpe de Estado de caráter fascistas e contra-revolucionário no país.
A oposição acusa o governo de fraude. O Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela afirmou no domingo (28), que a eleição de Maduro foi garantida mesmo com 80% das urnas apuradas. O chavismo venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de Urrutia González, segundo o CNE. Segundo o órgão, 59% da população participou do pleito eleitoral, em um cenário de 21 milhões de venezuelanos aptos a votar. Foi a maior adesão dos últimos anos no país.
O CNE também afirmou que seu sistema sofreu um ataque virtual e que isso atrasou a contagem dos votos, mas não deu mais detalhes. O Centro Nacional Eleitoral também não informou até o momento o resultado dos 20% das urnas restantes.