Em seu discurso, Maduro afirmou: “Não é a primeira vez que enfrentamos o que hoje estamos enfrentando. Está se tentando impor na Venezuela um golpe de Estado, novamente de caráter fascista e contrarrevolucionário. Eu posso denominá-lo de uma espécie de Guaidó 2.0”. Maduro faz referência a Juan Guaidó, que em 2019 se autoproclamou presidente da Venezuela e foi reconhecido por diversos países, incluindo os Estados Unidos e membros da União Europeia.
O resultado oficial emitido pelo CNE, que deu a vitória a Maduro com 51,21% dos votos contra 44% de seu principal adversário, o ex-diplomata Edmundo González, foi questionado por parte da oposição. A líder oposicionista María Corina Machado alegou que os adversários do atual presidente tiveram acesso a 40% das atas eleitorais que mostrariam a vitória de González e pediu uma ação das Forças Armadas para garantir a soberania popular expressada nas urnas.
Além disso, o CNE relatou um ataque hacker que teria tentado desestabilizar a totalização dos votos, atrasando o anúncio do resultado. O fiscal-geral do país, Tarek William Saab, afirmou que o ataque foi promovido do exterior e teria envolvimento da líder oposicionista María Corina Machado, que deve ser investigada.
A expectativa agora é que o CNE publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna, permitindo a verificação da transparência e credibilidade do processo eleitoral. Líderes de vários países ao redor do mundo se dividem entre aqueles que não reconhecem o resultado, os que pedem a publicação das atas e os que parabenizaram Maduro pela vitória.
O Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, declarou aguardar a publicação das atas pelo CNE para garantir a legitimidade do resultado. Os resultados das eleições venezuelanas têm sido alvo de desconfiança da comunidade internacional, mas pesquisas indicam a ausência de fraudes nos últimos pleitos, mesmo diante das contestações da oposição.