Venezuelanos se reúnem em Brasília para votar em pleito presidencial disputado e marcado por tensão e expectativa

Embaixada da Venezuela em Brasília reúne venezuelanos opositores e brasileiras apoiadoras de Maduro em dia de eleições presidenciais no país vizinho

No último domingo (28), a embaixada da Venezuela em Brasília foi o centro das atenções para os venezuelanos que estavam no Brasil e desejavam exercer seu direito de voto nas eleições presidenciais do país vizinho. O local, único autorizado para a votação, reuniu venezuelanos opositores ao presidente Nicolás Maduro, bem como brasileiras que declararam apoio ao ditador.

Um grupo de mulheres ligadas a um movimento agrário dissidente do MST, conhecidas por apoiarem Maduro, afirmaram terem sido convidadas pela própria embaixada para prestar “apoio moral” durante as eleições.

No decorrer do dia, dezenas de venezuelanos contrários ao atual presidente fizeram um protesto na Torre de TV, no centro da capital federal, clamando por “viva à democracia” e “que se vá, Nicolás”. Entre os manifestantes, estava a diplomata Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do líder oposicionista Juan Guaidó e reconhecida durante a gestão de Jair Bolsonaro como embaixadora da Venezuela no país.

O clima na embaixada era de tensão e expectativa. Venezuelanos que buscavam emitir seu voto se depararam com diversas travas burocráticas, como a necessidade de um passaporte válido e documentos atualizados para atualizar o registro de votação. Alberto Sifontes, um dos presentes, afirmou que a embaixada impôs muitas dificuldades aos eleitores, resultando em frustração para aqueles que não puderam participar do pleito.

Enquanto alguns venezuelanos barrados na votação declararam apoio à oposição, um grupo de mulheres brasileiras ligadas à FNL, movimento de luta campo e cidade, se fez presente na embaixada em apoio a Maduro. A coordenadora do grupo, Conceição Pereira, defendeu a reforma agrária e afirmou que o movimento tem na embaixada venezuelana uma aliada.

As eleições na Venezuela ocorreram em um cenário de incerteza e pressão internacional sobre Maduro. Com dez candidatos presidenciais na disputa, o desfecho do pleito é imprevisível, especialmente com a presença de María Corina Machado, opositora vocal do regime chavista.

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