Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no Brasil, as primeiras apontadas no mundo.



Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre Oropouche no Brasil

Culex Quinquefasciatus, conhecido por muitos como pernilongo, é um dos vetores da doença. Reprodução: James Gathany/ Reuters.

Na última quinta-feira (25/07), o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche no país. Até o momento, não havia registro de óbitos relacionados à doença na literatura científica mundial, segundo comunicado oficial.

As vítimas da doença são mulheres que viviam no interior da Bahia. Elas tinha menos de 30 anos de idade, sem comorbidades, e apresentaram sinais e sintomas semelhantes ao de dengue grave.

Além disso, o Ministério da Saúde investiga uma morte em Santa Catarina e analisa se quatro casos de interrupção de gestação e dois casos de microcefalia em bebês, registrados em Pernambuco, Bahia e Acre, estão associados à febre oropouche. A relação da doença com uma morte no Maranhão foi descartada.

No último dia 11, o órgão emitiu uma nota técnica recomendando a todos os estados e municípios o reforço da vigilância em saúde quanto à possível transmissão vertical do vírus. Com o comunicado, o ministério pretende também orientar a sociedade sobre a arbovirose.

A medida segue após o Instituto Evandro Chagas detectar o genoma do vírus em um caso de morte fetal e anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos com microcefalia. No entanto, o ministério ressalta que ainda não há evidências científicas consistentes sobre a transmissão do vírus Orov da mãe infectada para o bebê durante a gestação, nem sobre o impacto da infecção na malformação de bebês ou aborto.

Este ano, já foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados. A maior parte foi identificado no Amazonas e em Rondônia. Desde 2023, foi ampliada a detecção de casos da doença no Brasil, por meio de testes de diagnóstico na rede pública em todas as regiões.

Febre Oropouche

A febre Oropouche é uma doença viral. O vírus Orov é transmitido, principalmente, por meio da picada de um mosquito conhecido como maruim (Culicoides paraensis), bem como por espécies do mosquito Culex. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960.

O Ministério da Saúde informou que a febre oropouche pode ser confundida com dengue. Os sintomas incluem febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor nas articulações. Outros sintomas como tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.

Os sintomas duram cerca de dois a sete dias. Mas, até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais. A maioria das pessoas tem evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.

Até o momento, não há tratamento específico para a febre oropouche. A terapia atual apenas alivia os sintomas.

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