Menina de 13 anos pressionada por pai e católicos antiaborto mesmo com autorização do STJ para interrupção da gravidez




Menina de 13 anos vítima de estupro enfrenta pressão para realizar aborto legal

Menina de 13 anos que engravidou após ser vítima de estupro enfrenta pressão para realizar aborto legal

A menina de 13 anos que engravidou após ser vítima de um estupro e foi impedida pelo Tribunal de Justiça de Goiás de fazer um aborto legal segue sob forte pressão de seu pai, de advogados e de católicos antiaborto. A intimidação ocorre mesmo após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinar que ela tenha acesso ao procedimento —que segue incerto.

A decisão, revelada pela coluna, foi proferida no início da noite de quarta-feira (24). Na quinta-feira (25), a menina foi atendida no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia, sob protestos ruidosos de seu pai, de advogados e até mesmo de uma freira, que se opõem à interrupção e tentam dissuadi-la.

De acordo com relatos feitos à coluna, um padre entrou em contato com a mãe da adolescente pedindo que ela mudasse de opinião e deixasse de apoiar a filha na decisão de fazer o aborto legal.

A pressão continuou a ser exercida sobre a menina nesta sexta-feira (26). Apesar dos protestos, ela segue reiterando a sua vontade de pôr fim à gestação fruto do estupro praticado por um homem de 24 anos.

O procedimento, no entanto, ainda não foi realizado porque o hospital estadual não teria estrutura para interromper uma gestação avançada —de acordo com a decisão do STJ, a gravidez já alcançou a 27ª semana.

Inicialmente, avaliou-se a possibilidade de transferi-la para Uberlândia, em Minas Gerais, onde há um hospital de referência, mas a informação passada a pessoas que acompanham o caso é a de que não haveria profissionais disponíveis.

Outros hospitais são cogitados, mas não há muitas opções no Brasil. Poucas instituições de saúde atendem casos avançados, embora a lei não defina um prazo limite para que mulheres façam o aborto legal.

Até o ano passado, a ONG Projeto Vivas estimava que apenas quatro hospitais no país inteiro interrompiam gestações acima de 20 semanas, segundo reportagem publicada pelo portal Catarinas.


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