Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha: Reflexões sobre lutas, desafios e legado histórico das mulheres negras na América Latina.




Matéria: Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – Histórias e Desafios

O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 julho, é uma data com relevância internacional e nacional

Nesta região (América-Latina e Caribe), mais de 200 milhões de pessoas se consideram descendentes de povos africanos. No Brasil, mais de 40 milhões de mulheres negras.

Muitos desafios ainda se impõem para este grupo. De acordo com uma pesquisa publicada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), 42,51% das pessoas em extrema pobreza, registradas no CadÚnico, são mulheres negras.

Mesmo com todas as adversidades, as mulheres negras fazem história e moldam o presente das nações latinas e caribenhas. Um exemplo é Tereza de Benguela, mulher quilombola homenageada neste dia.

Surgimento da comunidade Kalunga

Natália no conta que nasceu na comunidade Kalunga e trabalha como coordenadora pedagógica. Ela compartilha a história contada pelos seus antepassados sobre a origem do quilombo.

“As pessoas vieram para o quilombo em busca de liberdade e de oportunidade de vida livre. Isso há mais de 300 anos. Foi formado o quilombo às margens do Rio Paraná e, a partir daí, foi ramificando para as comunidades, formando um total de 39 comunidades, envolvendo uma área de 263 mil hectares, distribuída em três municípios que são Cavalcante, Teresina e Monte Alegre de Goiás, e tem uma população bem grande, com 8 mil kalungas, mais ou menos.”

Quilombolas, os construtores do Brasil

Dominga afirma que os povos quilombolas foram e são os construtores do Brasil. Ela reconhece que tanto os quilombolas quanto os povos indígenas formaram a nação e fizeram parte desta construção de saberes.

Natália afirma que os quilombolas são os protetores e guardiões da biodiversidade brasileira, sendo os defensores do Cerrado.

Sobre os desafios impostos às mulheres negras, Natália vê uma melhora dentro da sua comunidade, onde as mulheres têm mais liberdade para atuarem em diversas áreas, principalmente no turismo.

Ela também destaca a importância da participação das mulheres na manutenção da cultura local.

Ensinamentos quilombolas

Dominga destaca o respeito mútuo e o respeito aos mais velhos como aprendizados que a sociedade quilombola tem para oferecer. Além disso, fala sobre a importância de tomar decisões de forma coletiva.

Caminho para a equidade

Natália afirma que a regularização fundiária é crucial para a sociedade caminhar em direção à equidade, garantindo a liberdade de moradia para todos.

Por fim, ela destaca a importância de equiparar as oportunidades e respeitar o próximo, independentemente de cor, gênero, credo ou religião.

Por Tiago Vechi

Jornalista