Procurador-geral da República se manifesta sobre resolução do CFM que restringia acesso ao aborto legal acima de 22 semanas no STF.




Manifestação do Procurador Geral da República sobre resolução do CFM

Procurador analisa manifestação sobre resolução do CFM

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou uma manifestação ao STF nesta quarta-feira (24) em relação à resolução do CFM que restringia o acesso ao aborto legal acima de 22 semanas. Paulo Gonet evitou abordar o mérito da ação, focando em questões relacionadas ao cumprimento da suspensão da norma pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF 1141.

A manifestação de Gonet destacou que, após a decisão liminar de Moraes, a resolução do CFM não foi motivo de negativas em hospitais, conforme relatado por algumas mulheres. Ele enfatizou que se baseou estritamente nas informações posteriores à concessão da liminar e na realização da suspensão da norma pelo CFM.

O procurador apontou que os Conselhos Regionais de Medicina agiram de acordo com a determinação do STF, suspendendo os efeitos da resolução e não prosseguindo com processos contra médicos que realizaram abortos legais. No entanto, registros indicam que processos administrativos só foram paralisados após intervenção do ministro Moraes.

A ADPF 1141, que motivou a suspensão da resolução do CFM, gerou debates no Congresso Nacional e levou à apresentação do PL Antiaborto por Estupro. A ação, movida por PSOL e Anis: Instituto de Bioética e Clínica Jurídica Cravinas, questiona a constitucionalidade da resolução do CFM, alegando discriminação no acesso à saúde e violação do direito à saúde.

O caso chegou a ser julgado no plenário virtual do Supremo, mas foi destacado para análise no plenário físico. Moraes ressaltou que a questão central não é a legalidade do aborto, mas sim a competência do conselho médico para alterar critérios de acesso a um direito previsto em lei.

Em suma, a manifestação do procurador Gonet enfatiza o cumprimento da suspensão da resolução pelo CFM, mas ainda há debates sobre a constitucionalidade da medida e os direitos das mulheres em relação ao aborto legal no Brasil.

Por Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith


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