Fome atinge uma em cada 11 pessoas no mundo em 2023, alerta relatório da FAO, evidenciando desafios para erradicar a fome até 2030.

Segundo o relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nesta quarta-feira (24), a preocupação com a fome mundial é cada vez mais presente. De acordo com o documento, uma em cada 11 pessoas pode ter passado fome em 2023, o que representa entre 713 e 757 milhões de indivíduos em todo o mundo. Esse número alarmante mostra que a prevalência global da subnutrição está em níveis semelhantes há três anos consecutivos, após um acentuado aumento provocado pela pandemia de covid-19.

Os motivos que levam a esse cenário são variados e incluem conflitos, mudanças climáticas, desacelerações econômicas e recessões, atingindo principalmente países em situação de maior vulnerabilidade, como os da África. Além disso, o relatório destaca que a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição afetam especialmente crianças, mulheres, jovens e povos indígenas.

Uma das grandes questões apontadas pela FAO é a falta de um consenso em relação ao financiamento para a segurança alimentar e nutricional. O relatório destaca a necessidade urgente de avançar para uma ação comum nesse sentido, enfatizando que soluções exclusivamente públicas não serão suficientes para acabar com a fome.

Diante desse cenário preocupante, a FAO chama atenção para a importância de parcerias público-privadas para complementar os esforços e garantir o acesso a alimentação adequada para todos. O relatório aponta ainda para o aumento preocupante da obesidade entre adultos e da anemia em mulheres, mas ressalta uma diminuição no atraso de crescimento infantil, o que demonstra uma mudança positiva global.

Esses dados serão fundamentais para as discussões que ocorrerão em eventos internacionais, como a Cúpula do Futuro em setembro deste ano, e na Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento no próximo ano. A FAO alerta para os impactos sociais, econômicos e ambientais decorrentes da inação diante desse grave problema e reforça a importância de agir de forma urgente para garantir a segurança alimentar e nutricional para todos.

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