Eleitores de Lula e Bolsonaro possuem agendas sobrepostas, aponta pesquisa

O Instituto da Democracia realizou uma pesquisa que revelou a superposição de algumas agendas entre os eleitores de Lula e Jair Bolsonaro. Intitulada “A Cara da Democracia”, a pesquisa causou surpresa ao mostrar que há pontos de convergência entre os eleitores dos dois espectros políticos no Brasil.

De acordo com o pesquisador João Féres Júnior, da UERJ, e o repórter Bernardo Mello, os resultados mostram que a democracia brasileira tem facetas que desagradam aos radicais de ambos os lados. Por exemplo, metade dos eleitores de Lula são contrários às saidinhas de presos e 57% são contra a proibição da venda de armas de fogo. Já 69% são contra a legalização do aborto.

No campo de Bolsonaro, a pesquisa revela que 83% dos eleitores são favoráveis à militarização das escolas públicas e 55% defendem a pena de morte. Surpreendentemente, 61% dos eleitores de Lula também apoiam a militarização das escolas e 42% são favoráveis à pena de morte.

Apesar das diferenças em alguns temas, como o Bolsa Família, a pesquisa aponta para a existência de uma cepa conservadora no eleitorado brasileiro, especialmente em relação à segurança pública e aos costumes. Essa realidade desafia os estereótipos criados em torno dos eleitores de Lula e Bolsonaro.

Ao analisar os números apresentados, fica evidente que a vitória de um candidato muitas vezes é reflexo da derrota do opositor. Nesse sentido, a pesquisa “A Cara da Democracia” demonstra a complexidade do eleitorado brasileiro e a diversidade de opiniões presentes na sociedade.

Por fim, a pesquisa ressalta a importância de uma agenda progressista, destacando as virtudes de políticas inclusivas e igualitárias. A história nos ensina que as sociedades estão em constante evolução, e cabe aos políticos e eleitores compreenderem essas mudanças para construírem um futuro mais justo e democrático.

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