Fiscalização insuficiente e lentidão na demarcação de terras indígenas marcam primeiro ano de governo de Lula, aponta relatório.

Um relatório divulgado recentemente chamou a atenção para a situação crítica dos povos indígenas no Brasil, especialmente no que diz respeito à demarcação de terras e à assistência médica. O documento aponta falhas na fiscalização de ações de invasão de territórios habitados por indígenas em 2023, durante o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e critica a lentidão no processo de demarcação de terras, que teria sido “paralisado” no governo de Jair Bolsonaro.

Segundo o relatório, a expectativa de retomada das demarcações com a chegada de Lula ao poder não se concretizou, o que causou frustração entre as comunidades indígenas. Além disso, o número de suicídios entre indígenas aumentou 56% em relação ao ano anterior, chegando a 180 casos, enquanto a falta de atendimento médico resultou na morte de 111 indígenas, mais que o dobro do registrado em 2022.

A pesquisa aponta um modelo de gestão da saúde que tende à privatização como responsável pelo aumento de epidemias e do índice de mortalidade infantil. Em 2023, 1.040 indígenas menores de 4 anos faleceram devido a doenças como gripe, pneumonia e desnutrição, principalmente nos estados de Roraima e Amazonas, na fronteira com a Venezuela. O número de mortes ficou 24,5% acima do ano anterior.

Lucia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa, lamenta a situação e destaca a tragédia humana vivida pelos indígenas, especialmente na terra indígena Yanomami, onde as cenas de crianças famélicas chocaram o mundo. O relatório denuncia o fracasso das operações naquele território e aponta a necessidade de medidas urgentes para reverter esse quadro.

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