Brasil vence a Rússia e quebra rótulo de “amarelonas” no vôlei feminino
No ano de 2004, a seleção brasileira feminina de vôlei amargou uma das maiores decepções de sua história ao ser derrotada pela Rússia na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas. O revés, que incluiu cinco chances perdidas de fechar o quarto set, marcou a equipe e contribuiu para a criação do estigma de “amarelonas”.
A pressão sobre as jogadoras extrapolou análises técnicas e muitas críticas se basearam em questões de gênero, sugerindo que as mulheres não possuíam equilíbrio emocional para lidar com momentos cruciais.
No entanto, a história começou a mudar nos Jogos de Pequim-2008, quando seis atletas decidiram que podiam reverter esse quadro e se uniram em busca de transformação no esporte, utilizando-o como símbolo de resiliência.
A série “As Bicampeãs”, produzida pela Hunter Filmes em parceria com o Sportv, retrata a jornada da equipe brasileira de vôlei feminino rumo ao ouro olímpico em 2008 e 2012, sob o comando de José Roberto Guimarães.
O diretor da série, Eduardo Hunter Moura, destaca a importância de mostrar a superação das críticas e preconceitos enfrentados pelas jogadoras, ressaltando a qualidade e força emocional do time. As protagonistas, como Sheilla Castro, Fabi Alvim, Fabiana Claudino, Jaqueline Carvalho, Paula Pequeno e Thaisa Daher, compartilham suas experiências e renúncias em prol do sucesso esportivo.
Paula Pequeno, uma das ponteiras da equipe bicampeã olímpica, relembra os sacrifícios feitos durante sua trajetória e destaca a importância do legado deixado para o esporte feminino. Mesmo com as dificuldades, ela ressalta a necessidade de passar por altos e baixos para alcançar o sucesso.
A série não aborda os Jogos Olímpicos de Paris, que buscou equidade de gênero na distribuição de vagas, mas Paula acredita que o lançamento da produção reforça o debate sobre o papel das mulheres no esporte e o empoderamento feminino.
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