Senadores do Amapá lideram ranking de emendas parlamentares liberadas e causam polêmica no Congresso.




Emendas Parlamentares: Amapá lidera ranking de liberação

Emendas Parlamentares: Amapá lidera ranking de liberação

No cenário político brasileiro, o Amapá se destaca como o segundo menor estado do país, abrigando os senadores Randolfe Rodrigues (PT), líder do governo, e Davi Alcolumbre (União Brasil), que é cotado como favorito para presidir novamente a Casa em 2025. Uma análise recente revelou que proporcionalmente, o Amapá é o líder no ranking de liberação de emendas parlamentares até o início deste mês.

O governo federal destinou ao estado uma quantia significativa de R$ 393 milhões em emendas indicadas por deputados federais e senadores, resultando em uma média de R$ 535 por habitante. Esse valor supera, por exemplo, estados como Alagoas, governado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), com liberação de R$ 324 por habitante, e Santa Catarina, cujo governador é o oposicionista Jorginho Mello (PL), ocupando o penúltimo lugar no ranking, com apenas R$ 71 por habitante.

Com a fragilidade das bases governistas nas últimas gestões, o Congresso Nacional viu um aumento significativo no valor das emendas parlamentares, ultrapassando a marca de R$ 50 bilhões somente este ano.

Cada um dos 513 deputados e 81 senadores decide como direcionar essa verba, seja de forma individual ou coletiva, por meio de emendas de bancada e de comissões. Geralmente, esses recursos são aplicados em pequenas obras nos redutos eleitorais dos parlamentares, como pavimentação de ruas, construção de praças, centros esportivos, tratores, e ambulâncias.

Davi Alcolumbre, que presidiu o Senado entre 2019 e 2021, desempenha um papel crucial na distribuição de emendas na Casa. Já Randolfe Rodrigues, como líder do governo no Congresso, esteve ativamente envolvido na campanha de Lula e recentemente assinou sua volta ao PT, sendo inclusive fotografado ao lado do presidente, primeira-dama, presidente do PT, e do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais.

Alcolumbre preferiu não comentar sobre o volume de recursos destinados ao Amapá, enquanto Randolfe, por meio de sua assessoria, afirmou que foi para isso que o estado o elegeu. Ambos os senadores têm direcionado grandes quantias em emendas para o estado, como os R$ 7 milhões destinados por Alcolumbre ao Fundo Municipal de Saúde de Laranjal do Jari, e os R$ 6,8 milhões alocados por Randolfe ao governo estadual.

O modelo de liberação das emendas tem sido alvo de debates, com a adoção do formato Pix, que garante uma rápida liquidez, sem a necessidade de definição prévia de projetos a serem beneficiados. Essa estratégia tem gerado pressão por parte do Congresso para concentrar o pagamento das emendas antes das eleições municipais, evitando assim possíveis entraves na liberação dos recursos.

Apesar de ocupar a última posição no ranking de liberação de emendas por habitante, estados como São Paulo e Santa Catarina, juntamente com seus representantes no Congresso, estão atentos às demandas e necessidades locais para garantir o direcionamento adequado dos recursos disponíveis.

Em um contexto político complexo e marcado por estratégias de distribuição de recursos, as emendas parlamentares continuam sendo uma importante ferramenta para o desenvolvimento regional e a prestação de serviços essenciais à população.


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