Guerra das facções no Amapá: PCC e CV disputam território e alianças locais agravam conflitos na região.


Disputa de pontos de comércio de drogas e ligações com as principais facções do país

Para ampliar o domínio local, a FTA mantém vínculo com a facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital). Já a UCA, com a organização nascida no Rio, o CV (Comando Vermelho).

As duas organizações criminosas têm atuado, sobretudo, na capital do Amapá, mas disputa também é sentida em Santana e explica violência no local. Já no interior do estado, segundo fontes da polícia consultadas pelo UOL, elas não têm presença constante.

Membros do PCC que chegam ao Amapá têm se dedicado a “treinar” integrantes da FTA, disseminando as mesmas regras seguidas em São Paulo e em outros estados cujo domínio é do PCC. Exemplo disso são alguns condomínios de bairros de Macapá em que as regras de convivência são determinadas pelos integrantes da facção FTA.

A aliança com grupos locais agrava a guerra das facções. Nos presídios, onde são recrutados mais membros para as facções, o próprio governo reconhece dificuldades. Em documento do início do ano, o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá admitiu que “enfrenta questões como sobrecarga de funções em coordenações, infraestrutura inadequada e pontos de tensão entre segurança e ressocialização”.

Guerra por território na Amazônia Legal. A disputa entre PCC e CV se estende para além do Amapá. Ao todo, há 22 diferentes grupos criminosos nos nove estados que compõem a Amazônia Legal —incluindo facções colombianas e venezuelanas. O território compreende Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

PCC e CV disputam território em mais de 40 cidades. Apesar de não ser hegemônica, a facção paulista tem maior capilaridade internacional —já chegou a outros países da Amazônia.


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