Recentemente, um ataque memético envolvendo o atual ministro e o governo levanta questões sobre a influência dessas estratégias comunicacionais no cenário político atual. Mas, qual seria a alegação por trás desses memes? Seria um excesso de crítica? A verdade é que estamos diante de uma onda que se diferencia de distribuir mentiras como a famosa “mamadeira de piroca” ou de imputar crimes a Haddad, como foi observado durante as eleições presidenciais de 2018, promovido pelo bolsonarismo.

Apesar do impacto nas imagens do ministro e do governo em determinados setores da população e na excitabilidade do núcleo duro da extrema direita, o que realmente fará diferença nas eleições de 2026 será o custo do arroz e do feijão nas feiras e supermercados.

A força de um governo não se resume apenas aos indicadores econômicos, como lembrou Maria da Conceição Tavares. O povo não se alimenta de PIB, mas de alimentos básicos como o arroz e feijão. A percepção de melhoria na qualidade de vida está diretamente ligada ao poder de compra. Em resumo, a questão dos alimentos baratos ganha destaque.

Curiosamente, os ataques por meio de memes surgem em um momento em que a população percebe uma estabilização nos preços dos alimentos, conforme apontado pela pesquisa Genial/Quaest.

A pesquisa mostra que a porcentagem da população que acreditava que os preços dos alimentos estavam subindo caiu de 73% em fevereiro para 70% atualmente. Enquanto isso, a percepção de piora no poder de compra diminuiu de 67% para 63%, e a melhora oscilou de 19% para 21%. Esses números evidenciam uma leve melhora na percepção econômica da população.

Existe uma parcela significativa da população que não se identifica nem com os lulistas, nem com os bolsonaristas, e que foi crucial para a eleição de Lula. Esse grupo, que oscila entre diferentes perspectivas, pode ser impactado tanto pelo discurso de costumes e comportamentos de Jair, quanto pelas promessas de maior qualidade de vida e estabilidade econômica de Luiz.