O escândalo de corrupção que envolveu a administração do presidente colombiano, Ivan Duque, continua repercutindo no país. De acordo com Sneyder Pinilla, funcionário da UNGRD que expôs o esquema, o dinheiro desviado foi utilizado no mês de outubro do ano passado para subornar congressistas a fim de garantir apoio às reformas sociais propostas pelo Executivo, que enfrenta dificuldades para obter maioria no Parlamento.
Em meio às investigações, o presidente Ivan Duque se pronunciou sobre o caso, afirmando que a administração está empenhada em reaver os valores desviados e que a justiça será feita. Duque, que participou de um desfile militar em comemoração ao Dia da Independência da Colômbia, destacou a importância de punir os responsáveis por atos de corrupção.
O chefe de Estado também mencionou o ex-diretor da UNGRD, Olmedo López, que admitiu ter desviado fundos públicos para subornar parlamentares em troca de apoio às reformas propostas por Duque. O presidente expressou surpresa com a conduta de López, destacando a traição por parte do ex-diretor.
As revelações de López envolvem mais de 20 funcionários, incluindo políticos próximos ao presidente, como o ex-ministro do Interior, Luis Fernando Velasco, o ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla, e o diretor nacional de Inteligência, Carlos Ramón González. Estima-se que dezenas de milhões de dólares foram desviados para o pagamento de propina, conforme apontam veículos de imprensa locais.
Diante do escândalo, o presidente Duque anunciou neste sábado sua intenção de utilizar um mecanismo de “fast track” para acelerar a tramitação de suas reformas sociais no Legislativo. Essa ferramenta, criada originalmente para validar normas relacionadas ao acordo de paz com as Farc, agora será utilizada para tentar aprovar as propostas do governo em meio ao cenário de crise política desencadeado pelo escândalo de corrupção.