Brasil registra recorde de estupros em 2023: um crime a cada seis minutos, com agressores na maioria das vezes dentro de casa.

O Brasil está enfrentando uma triste realidade em relação aos crimes de estupro, com um registro a cada seis minutos em 2023. Os dados alarmantes apontam um total de 83.988 casos de estupros e estupros de vulneráveis, representando um aumento de 6,5% em comparação com o ano anterior. Esse cenário de violência tem como principais vítimas as mulheres, com os agressores frequentemente sendo pessoas próximas, muitas vezes dentro do ambiente familiar.

O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que a maioria esmagadora dos casos de estupro corresponde ao crime de estupro de vulnerável, que ocorre com vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir por diversos motivos. O perfil das vítimas não apresentou mudanças significativas, destacando que a violência afeta principalmente meninas, negras e de faixas etárias mais baixas.

É preocupante também o aumento dos crimes de importunação sexual e stalking, que evidenciam uma escalada da violência contra as mulheres. Os dados revelam que as tentativas de homicídio relacionadas à violência doméstica cresceram, assim como os casos de assédio sexual e violência psicológica. O número de feminicídios também teve um aumento, com mais de 1.400 mulheres mortas em decorrência de violência doméstica ou de gênero.

O papel dos homens na perpetuação desses crimes não pode ser ignorado. Segundo o coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é fundamental que a sociedade promova um debate ativo sobre medidas para combater a violência contra as mulheres, incluindo a participação e responsabilização dos homens. É urgente repensar as políticas públicas e ações preventivas para interromper o ciclo de violência que assola o país.

Diante desses números alarmantes, é necessário um engajamento coletivo para promover mudanças estruturais e culturais que possam transformar essa realidade de violência contra as mulheres. A conscientização, a educação e o enfrentamento da cultura machista são passos essenciais para construir uma sociedade mais igualitária e segura para todas as pessoas.

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