Autoridades francesas negam relação das retiradas com os Jogos Olímpicos
As autoridades francesas estão negando que as recentes retiradas de migrantes tenham relação com os Jogos Olímpicos, que estão prestes a acontecer. No entanto, associações que auxiliam esses grupos destacam que o acesso a abrigos fora da capital tornou-se mais fácil nos últimos dias.
O ativista Alauzy enfatizou a mudança no processo de acesso aos abrigos. Antes, era necessário cumprir condições rigorosas para conseguir um lugar, porém, agora, com a proximidade dos Jogos, muitos estão conseguindo abrigo sem tantas restrições. Essa mudança é vista como uma estratégia para esvaziar as ruas e garantir uma imagem mais favorável da cidade antes do evento esportivo.
Alguns migrantes expulsos se recusaram a ir para os abrigos disponibilizados, optando por sair a pé carregando seus pertences em sacolas plásticas. Hassem, um sudanês de 27 anos, justificou sua decisão, alegando que não confia na estabilidade dessas soluções temporárias e se sente excluído sem motivo aparente.
Um relatório do grupo Revers de la Medaille, composto por 80 associações, aponta que Paris está se adequando ao padrão de outras cidades-sede dos Jogos Olímpicos. O documento descreve a capital francesa como uma “Cidade Luz estéril”, sem traços evidentes de pobreza ou problemas sociais, criando assim uma nova imagem para o mundo durante o evento esportivo.