Procuradoria-Geral da República: Interferência política na denúncia contra Bolsonaro e Flávio é tema de debate acalorado.






Não há elementos, não se apresente. Acabou, não tem que ter cálculo de nenhuma outra natureza nessa história. Qualquer outro cálculo flerta com coisas muito perigosas que é a administração política da PGR. Já tivemos isso no Brasil de várias maneiras e lados, e as consequências são ruins. Tivemos uma PGR politizada tomando decisões com o temporizador da política ligado que foi durante toda a Lava Jato, e aquilo nos empurrou para o abismo, para a lama, para o bolsonarismo (…) junto com outras coisas. Também já tivemos o temporizador político ligado na gestão Augusto Aras que parecia não haver pecado debaixo da Linha do Equador [no governo Bolsonaro]. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Se existe essa gestão do tempo [da PGR], ela está errada porque não há como essa escolha não ser uma escolha politizada. E nós precisamos de uma PGR despolitizada, nem padrão [Rodrigo] Janot, nem padrão [Augusto] Aras. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo ressaltou que fazer a denúncia já é parte do jogo eleitoral e que a decisão de fazê-la ou não já é uma interferência no caso envolvendo Jair Bolsonaro sobre reunião feita para blindar o filho Flavio.

A denúncia é parte do jogo eleitoral por uma contingência dos fatos, da vida. Não houvesse indícios suficientes e o procurador apressando a denúncia, então se poderia falar em interferência. Em havendo, o que já chamei faz tempo de ‘excessos de indícios’, pelo menos, para não usar a palavra prova, não apresentar diante desses excessos também é interferir. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

A gente não precisa, não cabe (…), eu pessoalmente não tenho essa informação, mas em sendo isso e diante dessa premissa de que o procurador estaria disposto a apresentar a denúncia depois de novembro para não interferir no processo eleitoral, nós temos aí uma contradição nos próprios termos sobre não interferir. Porque isso, então, é interferir. Se parte da premissa de que a apresentação da denúncia pode interferir, então é porque haverá a denúncia. É porque já há elementos para dizer que há denúncia. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Se já há elementos para fazer a denúncia e não se apresenta a denúncia, então se está interferindo no processo eleitoral. É um raciocínio lógico evidente. Ou há elementos para apresentar a denúncia ou não há. Eu entendo que há um excesso de elementos para apresentar uma denúncia. O que mais precisa? Temos uma reunião acontecida no Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno do GSI, o Alexandre Ramagem da Abin e as duas advogadas de Flavio [Bolsonaro]. Nessa reunião o presidente pede para mobilizar o secretário-geral da Receita, o diretor do Sepro. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL


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