A Atuação de Rosalia: O Ponto Chave para a Prisão de Matteo Messina Denaro
A atuação de Rosalia no complexo mundo da máfia italiana teria sido fundamental para garantir que seu irmão, Matteo Messina Denaro, conseguisse manter contato com os demais membros do grupo mesmo enquanto permanecia foragido. De acordo com a promotoria de Palermo, Rosalia não era apenas o ponto de referência econômico, mas também a pessoa de absoluta confiança de Matteo, responsável por gerenciar os assuntos do dia a dia em seu nome.
Em uma das mensagens encontradas pela polícia, um trecho escrito por Matteo Messina Denaro em um dos “pizzini” apreendidos dizia: “Somos perseguidos como canalhas, tratados como se não pertencêssemos à raça humana. Somos uma etnia que buscam erradicar.” Esse trecho revela um pouco do sentimento de fuga e paranoia que permeava a vida do mafioso enquanto estava foragido.
Outra mensagem importante encontrada pelos policiais mostrava detalhes do saldo mensal do caixa da família, que era administrado por Rosalia. Com dinheiro proveniente de atividades ilícitas, essa quantia era utilizada para pagar despesas diárias, alimentação de detidos e despesas judiciais. Um bilhete indicava: “Saldo final novembro de 2011 – 81.970 euros”, revelando a magnitude dos recursos financeiros controlados por Rosalia em nome de seu irmão.
Curiosamente, foi Rosalia a responsável por inadvertidamente “entregar” o irmão à polícia. Após décadas de uma caçada incansável, os agentes conseguiram finalmente prender Matteo graças aos papéis encontrados na casa da irmã. A polícia havia instalado câmeras e microfones na residência, e os documentos encontrados revelaram informações cruciais que levaram à captura do mafioso.
A descoberta de “pizzini” escondidos em uma perna oca de uma cadeira foi um dos pontos de virada na investigação. Embora Matteo tenha ordenado que esses bilhetes fossem queimados após a leitura, Rosalia optou por guardá-los, o que acabou se revelando decisivo para a resolução do caso.
Além disso, um diário médico encontrado na casa de Rosalia continha detalhes sobre os cuidados prestados a um homem com câncer, cujo nome falso coincidia com o paciente descrito nos “pizzini”. Esse achado foi crucial para os policiais, que conseguiram rastrear Matteo através de uma base de dados do sistema nacional de saúde e finalmente efetuaram sua prisão ao sair de uma clínica em Palermo, pouco mais de um mês depois.
-
-
-
-
