O desafio de Lula em equilibrar as finanças públicas e acalmar investidores em meio a promessas eleitorais e aumento do déficit.







Análise da Economia Brasileira

Durante a campanha eleitoral de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez diversas promessas que deixaram os investidores apreensivos com possíveis gastos excessivos em seu governo. No entanto, ao retornar à presidência, seu governo garantiu respeitar a disciplina orçamentária.

No entanto, os números do ano anterior geraram preocupação, principalmente devido ao aumento de 12,5% nos gastos resultando em um déficit primário de -2,1%. Isso ocorreu após um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, levando ao aumento do peso da dívida pública e questionamentos sobre a sustentabilidade das finanças públicas.

O diário também destacou as divergências entre Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com acusações de agenda política por parte do presidente. A situação se agravou quando o Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 10,5% ao ano, após várias reduções consecutivas, e Lula demonstrou hesitação em reduzir os gastos no final de junho.

Apesar disso, a economia brasileira apresenta resultados positivos, com baixa inflação (3,9% em maio), crescimento de 2,9% e a menor taxa de desemprego em uma década (7,9% no primeiro trimestre de 2024). A incógnita agora é se o governo conseguirá honrar os títulos de crédito no futuro, conforme apontou o economista Marcelo Portugal ao Le Figaro.

Le Figaro ressaltou ainda a expectativa do mercado sobre os cortes de gastos anunciados por Lula. Além disso, a transição da presidência do Banco Central para Gabriel Galipolo, próximo ao ministro da Fazenda, em 2025 pode acalmar os investidores estrangeiros, segundo uma analista consultada pelo jornal.


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