General exonerado por envolvimento em venda de joias desviadas da Presidência da República é alvo de investigações da Polícia Federal.

General envolvido em escândalo de desvio de joias é demitido da Apex de Miami

Mauro Lourena Cid, colega de turma do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a formação militar na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) nos anos 1970, foi nomeado pelo ex-presidente para chefiar o escritório da Apex em Miami em 2019, logo após ter ido para a reserva. O general é pai do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro e posteriormente assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

A Comissão de Ética da Apex confirmou as informações reveladas pelo UOL, em abril, de que o general Mauro Lourena Cid utilizou a estrutura da agência para visitar o acampamento golpista no quartel-general do Exército, no final de 2022. Durante essas visitas, ele manifestava aos funcionários sua convicção de que Jair Bolsonaro continuaria no poder mesmo após ter perdido as eleições. Sua atuação também é abordada no podcast do UOL Prime “Cid: A Sombra de Bolsonaro”.

Investigações e demissão

O general se tornou alvo das investigações da Polícia Federal por ter participado das negociações nos Estados Unidos para a venda de joias desviadas da Presidência da República. Como resultado, ele foi demitido da chefia da Apex de Miami em 3 de janeiro de 2023. Durante a apuração, foi constatado que ele usou o telefone celular corporativo da agência para produzir fotos das joias e compartilhá-las pelo WhatsApp, mesmo após sua demissão.

A comissão apontou que Lourena Cid estava nas dependências físicas da agência no momento em que compartilhou as fotos das joias, mas não foi possível determinar se as joias estavam presentes no local. Além disso, ele resistiu em devolver o celular corporativo, o que só ocorreu em 7 de fevereiro, bem como demorou para devolver o notebook da agência.

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