Escândalo de espionagem ilegal na Abin atinge membros da CPI da Pandemia, Senadores repudiam a ação e classificam como típico de governos ditatoriais.

Recentemente, veio à tona um escândalo envolvendo um suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. O alvo dessa ação criminosa foram os membros da CPI da Pandemia, em especial os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, que faziam parte da liderança da comissão.

Segundo informações da Polícia Federal (PF), servidores da Abin estariam envolvidos na disseminação de desinformação e monitoramento dos parlamentares da CPI, o que foi duramente repudiado pelos senadores, que classificaram esse ato como algo “típico de governos ditatoriais”. Essa revelação gerou um grande impacto e levantou questionamentos sobre a utilização criminosa de órgãos de inteligência para perseguir opositores políticos.

O senador Randolfe Rodrigues expressou sua indignação, afirmando que a gestão anterior teria utilizado a Abin de maneira repressiva, rompendo com os princípios do Estado democrático de direito. Ele destacou a gravidade da situação, apontando que, em meio à crise da pandemia, o foco deveria ter sido a compra de vacinas, não a perseguição de adversários.

A CPI da Pandemia, realizada em 2021, investigou diversas irregularidades cometidas pelo governo Bolsonaro no combate à COVID-19. O relatório final da comissão propôs o indiciamento do presidente por nove crimes, além de outras 65 pessoas. A descoberta de que outros políticos, como o senador Alessandro Vieira e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, foram alvos de monitoramento, reforçou a gravidade do caso.

O senador Randolfe ressaltou que o uso da Abin para espionagem lembra práticas de regimes fascistas e ressaltou a necessidade de punição rigorosa para os envolvidos. Ele enfatizou a importância de preservar a democracia e garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório.

As denúncias feitas pelos senadores provocaram reações em redes sociais. Renan Calheiros condenou a perseguição política e comparou a ação criminosa a uma “Abin paralela”. Já Alessandro Vieira destacou a gravidade da situação, apontando que esse tipo de comportamento é característico de governos ditatoriais.

A revelação desse esquema ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo da Operação Última Milha, que investigava o uso ilegal de sistemas da Abin para espionagem política. A Polícia Federal deflagrou uma nova fase da operação, cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão, evidenciando a gravidade do caso e a necessidade de investigações aprofundadas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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