Inclusão de mais medicamentos na lista de imposto reduzido elevará alíquota do futuro IVA, diz ministro da Fazenda

Nesta quarta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inclusão de mais medicamentos na lista de produtos com impostos reduzidos em 60% acarretará no aumento da alíquota cheia do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). As mudanças de última hora no relatório do projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária foram comentadas pelo ministro, que foi informado das alterações pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), um dos relatores do texto na Câmara.

De acordo com Haddad, a lógica da reforma é manter a carga tributária, e quanto menor o número de exceções, menor será a alíquota. A nova versão do relatório aumentou a lista de medicamentos com redução de impostos e ampliou o mecanismo de devolução de impostos, conhecido como cashback, sobre as contas de luz, água e esgoto.

O relatório manteve as carnes fora da cesta básica nacional, que terá alíquota zero. No entanto, há uma articulação da oposição e da minoria para incluir uma emenda e adicionar as proteínas animais na cesta básica.

Caso as carnes sejam incluídas na cesta básica, a alíquota geral do IVA pode aumentar em 0,53 ponto percentual, segundo a Receita Federal. A estimativa é um pouco menor do que a calculada pelo Banco Mundial, que aponta um impacto de 0,57 ponto percentual no IVA. Se o Congresso fizer essa inclusão, o Brasil terá a maior alíquota de IVA do mundo, ultrapassando a Hungria.

Em relação aos medicamentos, o texto original do governo previa uma lista de princípios ativos com isenção de imposto e outros com alíquota reduzida para 40% do valor total. A versão que será votada ampliou a lista de alíquotas reduzidas para todos os medicamentos registrados na Anvisa e para os produzidos em farmácias de manipulação.

Além disso, o cashback foi ampliado, prevendo a devolução de 100% da CBS na compra de gás e 50% da CBS nas contas de energia elétrica, água, esgoto e gás natural. Essas mudanças no relatório refletem as discussões do Congresso e as pressões de diversos setores para inclusão de determinados produtos nas exceções tributárias.

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