Estados Unidos aplicam tarifas de segurança nacional a importações do México

Em uma tentativa de bloquear a entrada de metais chineses no país através do México, os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas de segurança nacional a algumas importações de aço e alumínio mexicanos.

Segundo a Casa Branca, tarifas de 25% serão aplicadas ao aço proveniente do México que não tenha sido fundido na América do Norte, enquanto tarifas de 10% serão impostas ao alumínio mexicano que contenha metais primários vindos da China, Bielorrússia, Irã ou Rússia.

Essa medida faz parte de uma série de aumentos de tarifas sobre produtos chineses e visa fortalecer o apoio em regiões industriais antigas, onde o presidente Joe Biden está perdendo terreno para seu adversário republicano, Donald Trump, nas eleições deste ano.

Lael Brainard, conselheira econômica de Biden, afirmou que o aço e o alumínio chinês que entram nos Estados Unidos através do México contornam as tarifas, prejudicam os investimentos e impactam negativamente os trabalhadores americanos em estados como a Pensilvânia e Ohio.

Biden também atuou recentemente para proteger a empresa US Steel de ser adquirida pela japonesa Nippon Steel, uma ação vista como um apoio aos trabalhadores do setor de aço nos EUA. A US Steel, localizada em Pittsburgh, Pensilvânia, é considerada crucial para as eleições.

A Casa Branca informou que essas ações estão sendo coordenadas com o México, que exigirá mais informações de seus importadores sobre a origem dos produtos de aço.

Katherine Tai, representante comercial dos EUA, afirmou que as tarifas são uma “boa notícia” tanto para os trabalhadores de aço e alumínio dos EUA quanto do México.

De acordo com autoridades americanas, o país importa aproximadamente 3,8 milhões de toneladas de aço do México, sendo que apenas 13% desse total é fundido fora da América do Norte e será afetado pelas novas tarifas. Já em relação ao alumínio, as tarifas incidirão em apenas 6% das 105.000 toneladas importadas do México.

Brainard ressaltou que a China está produzindo mais aço do que é possível absorver, o que leva a exportações em grande escala e preços artificialmente baixos. Além disso, as tarifas sobre importações de aço e alumínio da China já estão em vigor, sendo triplicadas pelo governo Biden em maio.

No mesmo mês, novas tarifas foram introduzidas visando importações da China no setor de tecnologia limpa. As tarifas sobre veículos elétricos importados foram quadruplicadas, as taxas sobre células de painéis solares aumentaram e mais impostos estão previstos para chips chineses a partir de 2025.