A investigação da PF descobriu uma associação criminosa envolvida no desvio e venda de presentes de alto valor recebidos por Bolsonaro como presente oficial. Os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e direcionados para o patrimônio pessoal do ex-presidente, utilizando pessoas interpostas e evitando o sistema bancário formal para ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.
Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas por crimes como peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O relatório da PF, que possui 476 páginas, foi entregue no Supremo Tribunal Federal na sexta-feira e teve seu sigilo derrubado na segunda-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República analisar se arquiva o caso ou denuncia os envolvidos.
Além disso, o relatório apontou que parte do dinheiro obtido com a venda dos objetos desviados pode ter sido utilizado para custear a estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos, onde permaneceu por mais de três meses após deixar a Presidência. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, colaborou com as investigações, indicando o envolvimento de seu pai, general do Exército Mauro Lorena Cid, na intermediação do repasse de dinheiro ao ex-presidente.
A PF também descobriu provas como saques bancários, planilhas de contabilidade e documentos de transações financeiras que corroboram as suspeitas de desvio de dinheiro através da venda de presentes recebidos por Bolsonaro. A defesa dos citados não se pronunciou até o momento.
A investigação continua em andamento e novas provas podem ser solicitadas. A PF segue no caso para apurar todas as condutas ilícitas relacionadas ao desvio de presentes e lavagem de dinheiro envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.