Dentre as propostas destacadas no documento estão mudanças na política de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), alterações no funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC), implementação de políticas fiscais progressivas, cooperação na governança global de dados e regulamentação internacional para o uso de inteligência artificial.
Gustavo Westmann, assessor especial do G20 para assuntos internacionais da Secretaria de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, enfatizou a importância de levar essas recomendações para a mesa de negociações para garantir que as vozes da sociedade civil sejam ouvidas pelas autoridades do G20.
O documento, intitulado Comuniqué do T20 Brasil, foi construído ao longo de diversos eventos realizados nos últimos meses e pretende influenciar as negociações para a declaração final que será aprovada durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, programada para novembro deste ano, marcando o término da presidência temporária brasileira.
O Grupo dos Vinte, composto pelas 19 maiores economias do mundo, juntamente com a União Europeia e a União Africana, consolidou-se como um fórum global de diálogo e coordenação em questões econômicas, sociais, de desenvolvimento e cooperação internacional. O Brasil assumiu a presidência do G20 em dezembro do ano passado, sendo a primeira vez que o país ocupa essa posição no atual formato do grupo.
Para garantir a participação da sociedade civil nas discussões, o T20 Brasil entregou o documento aos líderes das Trilhas de Sherpa, compostas por emissários indicados pelos governos do G20, e aos representantes do Ministério da Fazenda, responsáveis pelos debates sobre finanças globais durante a presidência brasileira do G20.
O Comuniqué do T20 Brasil busca dialogar com as três prioridades estabelecidas pela presidência brasileira do G20: combate à fome, pobreza e desigualdade; transições energéticas para o desenvolvimento sustentável; e reformas na governança global. Antonio Cottas, subsecretário de finanças internacionais e cooperação econômica do Ministério da Fazenda, elogiou a profundidade do documento e afirmou que as propostas vão apoiar os esforços de negociação nos debates sobre temas como a rede global de segurança financeira, política fiscal e regulamentações internacionais.
Em um contexto de múltiplas crises geopolíticas, presidir o G20 representa não apenas uma honra, mas também uma grande responsabilidade. O T20, juntamente com outros grupos de engajamento da sociedade civil do G20 Social, têm sido fundamentais para ampliar a participação de atores não-governamentais nas atividades e decisões do grupo, conforme a cobrança do presidente Luís Inácio Lula da Silva desde que o Brasil assumiu a presidência do G20.
O diálogo entre os centros de pesquisa, think tanks e líderes de diversas instituições nacionais e internacionais é essencial para promover propostas inovadoras e buscar soluções para desafios globais urgentes. A expectativa é de que o documento e as recomendações apresentadas pelo T20 Brasil influenciem positivamente as negociações e contribuam para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo para todos os países do G20 e além.
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