Representantes dos servidores prometem recorrer da decisão. Durante o podcast A Hora, a apresentadora e colunista do UOL, Thais Bilenky, expressou sua revolta com a decisão tomada. Os servidores esperavam um tratamento mais favorável do que o recebido durante o governo Bolsonaro, onde foram alvo constante de perseguição.
Alexandre Gontijo, da diretoria da Ascema, entidade que representa os grevistas, afirmou que, sob o governo anterior, os servidores respondiam aos ataques com ainda mais trabalho. Entretanto, com a entrada de Lula, eleito com propostas de apoio à área ambiental, havia a expectativa de melhoria na carreira.
Wallace Lopes, fiscal do Ibama atuante desde 2009 em Palmas (TO), descreveu sua rotina como extenuante, com jornadas longas, exaustivas e perigosas. Ele ressaltou a falta de estrutura e pessoal no Ibama, que conta apenas com 800 fiscais para proteger todos os biomas do país, incluindo a vasta Amazônia Legal.
A crise entre o governo e a categoria dos servidores ocorre em um momento crítico, com um aumento significativo de queimadas no Pantanal. O número de focos de incêndio em junho bateu recordes, sendo 16 vezes maior do que a média dos anos anteriores, com a tendência de aumento nos próximos meses de acordo com a série histórica.
Especialistas apontam que a maioria desses incêndios é intencional, o que demandará investigações e aplicação de multas. No entanto, até junho deste ano, o Ibama realizou um número menor de autuações ambientais – 4,3 mil, menos da metade do que foi aplicado no primeiro semestre do ano passado (10,2 mil), inclusive inferior ao período da pandemia.
Fonte: O próprio autor