Nesta semana, a Polícia Federal surpreendeu a nação ao indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso do desvio e tentativa de venda de joias sauditas. O escândalo veio à tona em março de 2023, através de uma reportagem do renomado jornal Estadão. Segundo a investigação, Bolsonaro é suspeito de estar envolvido em crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente não está sozinho nesse caso, tendo sido indiciados também 11 ex-assessores e aliados, incluindo nomes importantes como Mauro Cid, Bento Albuquerque, Julio Cesar Vieira Gomes, Frederick Wassef e Fabio Wajngarten, este último responsável pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
As suspeitas recaem sobre a intervenção de Bolsonaro e seus funcionários para obter a liberação de joias avaliadas em R$ 5,1 milhões, presenteadas pelo governo saudita. De acordo com a legislação, esses itens deveriam ser catalogados e incorporados ao patrimônio da União, o que não teria sido feito.
O relatório final da PF está próximo de ser entregue ao Supremo Tribunal Federal, onde caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se haverá denúncia contra os investigados. O Ministério Público Federal tem a prerrogativa de aceitar ou não as conclusões da PF, antes de prosseguir com possíveis acusações.
Os desdobramentos desse escândalo foram denominados de Operação Lucas 12:2, onde se levantou a possibilidade de desvios de presentes recebidos por Bolsonaro e aliados, que foram posteriormente vendidos no exterior. A PF aponta que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência pode ter sido utilizado para esse fim ilícito, sob a supervisão de Bolsonaro.
Para reverter o problema, os investigados articularam uma operação para resgatar os bens nos Estados Unidos e devolvê-los ao Brasil, atendendo a uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). A saga das joias iniciou em 2019, durante uma visita de Bolsonaro à Arábia Saudita, quando o ex-presidente recebeu diversos presentes valiosos que, ao invés de serem incorporados ao patrimônio da Presidência, foram desviados e posteriormente vendidos.
As defesas dos envolvidos estão se manifestando contra os indiciamentos, alegando ausência de provas concretas e afronta aos seus direitos legais. A história continua a se desenrolar e a nação aguarda ansiosa por mais desdobramentos desse escândalo de corrupção que abalou as estruturas do governo brasileiro.