A decisão judicial estabelecendo que a prefeitura não poderia prosseguir com a demolição foi desacatada pelos responsáveis do prédio, que reconstruíram todas as paredes internas do 2º ao 7º pavimento, além da fachada frontal e lateral. Com a revogação da liminar, a demolição foi reiniciada de forma manual, visando evitar danos a estruturas de prédios vizinhos já existentes, já que a utilização de máquinas e retroescavadeiras poderia causar abalos.
Apesar do prédio estar em fase de construção, uma unidade já estava sendo alugada por R$ 1.800. A família que residiu no prédio por quatro meses recebeu um aviso de despejo do proprietário do apartamento devido a uma dívida de um mês de aluguel.
O secretário de Ordem Pública, delegado Brenno Carnevale, afirmou que a ação tinha como objetivo demolir construções irregulares no Recreio dos Bandeirantes, impedir a ocupação de locais inseguros e asfixiar financeiramente o crime organizado, que muitas vezes utiliza esses imóveis para lavagem de dinheiro. Engenheiros da prefeitura estimaram um prejuízo de R$ 13 milhões aos proprietários do prédio demolido, que não respeitava os parâmetros urbanísticos da região.
Desde 2021, a prefeitura do Rio realizou mais de 4 mil demolições de construções irregulares em todo o município, sendo a maioria delas em áreas dominadas pelo crime organizado. O Recreio dos Bandeirantes foi a região mais afetada pelas ações, causando um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos construtores, a maioria associados a milícias locais.