Produção de macroalga pode reduzir dependência de fertilizantes: CRA discute uso da Kappaphycus alvarezzi e destina emenda para pesquisas.







Produção de alga Kappaphycus pode reduzir dependência de fertilizantes no Brasil

Uma alternativa promissora para reduzir a dependência do Brasil na importação de fertilizantes ganha destaque esta semana com a produção da alga Kappaphycus alvarezzi. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realizou uma audiência pública na quarta-feira (3) para abordar os diversos usos da macroalga e discutir possíveis avanços no setor. A proposta é destinar uma emenda para financiar pesquisas relacionadas ao tema, impulsionando assim a produção nacional.

Cultivada no Brasil desde a década de 1990, a Kappaphycus ainda opera em escala limitada, com aplicações restritas, segundo relatos de participantes da audiência. Atualmente, a exploração da alga é autorizada pelo Ibama no litoral de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

Durante o debate, pesquisadores expuseram estudos que abordam o potencial da alga, desde a produção de bioestimulantes (alternativa aos agrotóxicos) até a fabricação de cosméticos e medicamentos. O senador Jorge Seif (PL-SC), responsável pela solicitação da audiência, prometeu buscar apoio dos colegas da CRA para destinar recursos às pesquisas e fomentar o desenvolvimento da produção.

De acordo com David Campos, pesquisador da Embrapa Solos, a Kappaphycus tem potencial como acumuladora de potássio, material indispensável na fertilização do solo no Brasil, país que depende fortemente de importações. Hoje, o país importa 97% do cloreto de potássio utilizado no setor agrícola.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) enfatizou a oportunidade de romper com essa histórica dependência e destacou a importância da produção nacional de fertilizantes.

Outros usos potenciais

A chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz, ressaltou a versatilidade da alga em diversos setores, como a indústria farmacêutica, alimentícia e de biocombustíveis, entre outros.

Além do aspecto comercial, a produção da alga também pode contribuir para a sustentabilidade ambiental, segundo os debatedores. A alga auxilia na melhoria da qualidade da água, absorção de CO2, fixação de carbono e na reconstrução de ecossistemas marinhos.

Ao final da audiência, o senador Flavio Azevedo (PL-RN) defendeu a ampliação da produção da Kappaphycus em outros estados, destacando a importância de incentivar a implementação da alga no Nordeste do Brasil.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


Sair da versão mobile