Eleição no Reino Unido: Partido Conservador deve sofrer derrota histórica

O Partido Conservador enfrenta uma dura batalha nas eleições desta quinta-feira e tudo indica que será uma das piores derrotas da sua história. A mudança de poder para o Partido Trabalhista é iminente, encerrando um ciclo de alternância que perdura há um século.

As projeções atuais indicam que os conservadores poderão ficar com apenas 95 cadeiras, em comparação com as 344 que possuíam quando o Parlamento foi dissolvido. Enquanto isso, os trabalhistas devem conquistar 70% das 650 cadeiras do parlamento, totalizando 452. Os Liberal-Democratas caminham para obter 60 cadeiras e o Reform UK, liderado por Nigel Farage, ficaria com 5.

Nas pesquisas de intenção de voto, o Partido Conservador aparece com 22%, não muito distante do Reform UK, que conta com 17%. Os trabalhistas lideram com 39% e os Liberal-Democratas aparecem com 12%.

O cenário político no Reino Unido aponta para a ascensão de Sir Keir Starmer, do Partido Trabalhista, como próximo primeiro-ministro. O colapso de forças políticas tradicionais é evidente, seguindo a tendência de outros países europeus, como França e Alemanha.

Desde 2010, os conservadores estiveram no poder enfrentando diversos desafios, como a crise financeira de 2008, a crise na zona do euro, seguida pela epidemia de Covid. O crescimento econômico britânico tem sido inferior ao de outros países, refletindo a insatisfação do eleitorado com as políticas adotadas.

O Brexit, liderado pelo Partido Conservador em 2016, é considerado um dos principais feitos reacionários e de estupidez econômica da atual gestão. Enquanto a pobreza absoluta diminuiu nos governos trabalhistas anteriores, sob o comando dos conservadores, a redução tem sido lenta e, desde 2020, a pobreza voltou a crescer.

O desgaste das políticas conservadoras pode ser observado no colapso dos serviços públicos, com o Serviço Nacional de Saúde enfrentando sua pior avaliação em 76 anos. A crise nos tribunais, prisões lotadas e a falta de suporte às regiões mais pobres estão entre os desafios enfrentados pelo país.

Apesar das controvérsias, a extrema direita parece não ser uma opção viável no atual cenário político britânico. A situação permanece em constante transformação, refletindo a insatisfação e a busca por mudanças pelos eleitores do Reino Unido.