Enchentes no Rio Grande do Sul afetam até 92% dos postos de trabalho, aponta estudo

No mês de abril e maio, as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul causaram um grande impacto econômico nos municípios mais afetados, comprometendo quase a totalidade dos postos de trabalho, de acordo com dados revelados por pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Utilizando georreferenciamento de endereços, o instituto identificou os estabelecimentos privados que foram atingidos pelas enchentes e deslizamentos de terra. Nas cidades mais afetadas, como Eldorado do Sul, Roca Sales e Muçum, estimou-se que entre 74% e 82% dos estabelecimentos foram impactados, prejudicando de 84% a 92% dos postos de trabalho.

O estudo apontou que as inundações atingiram uma área de cerca de 16,13 mil quilômetros quadrados e afetaram 484 municípios gaúchos. Ao todo, 334,6 mil postos de emprego foram diretamente impactados, representando quase 14% das vagas registradas nessas cidades em estado de calamidade ou emergência.

Os dados analisados foram fornecidos pelo eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego, que registra informações sobre contratações e demissões. O levantamento excluiu empregos na administração pública ou em empresas públicas.

Na capital Porto Alegre, pelo menos 27% dos estabelecimentos e 38% dos postos de trabalho foram afetados diretamente pelas enchentes. O estado registrou um total de 180 mortos devido às chuvas, com 32 pessoas ainda desaparecidas e mais de 800 feridos, segundo a Defesa Civil estadual.

As consequências das enchentes no Rio Grande do Sul continuam sendo avaliadas, enquanto a população tenta se recuperar dos danos causados por esse desastre natural.