A imprensa argentina e críticos da medida, incluindo a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, expressaram preocupação com a transformação da Télam em uma agência de publicidade. Trabalhadores da empresa realizaram protestos nos últimos meses em resposta à decisão do governo. Samira destacou a importância dos meios de comunicação públicos para a participação política dos cidadãos, ressaltando a contribuição da Télam na oferta de informações de interesse público.
O decreto que oficializou a mudança foi assinado pelo presidente Milei e pelo chefe de gabinete do governo, Guillermo Francos. A justificativa para a transformação da agência de notícias em uma agência de publicidade estatal foi a necessidade de uma reorganização das empresas públicas para maior eficiência. A Fenaj e outros críticos apontaram que a decisão foi autoritária e desvirtuou a finalidade da Télam.
A medida preocupou também o presidente da EBC, Jean Lima, que lamentou a perda de um importante parceiro na comunicação pública. O professor de Jornalismo da UFF, Pedro Aguiar, destacou que a extinção da produção de material jornalístico de qualidade pela Télam afetará a diversidade de informações disponíveis na Argentina e na América Latina. Aguiar ressaltou que a região ficará mais dependente de agências estrangeiras de notícias.
O fechamento da Télam e a transformação de seu propósito representam um retrocesso no cenário da comunicação na América Latina, deixando um vácuo na produção de jornalismo de qualidade e aumentando a dependência de agências estrangeiras. A decisão do governo argentino levantou debates sobre a liberdade de imprensa e o papel dos meios de comunicação públicos na sociedade. A transformação da Télam em uma agência de publicidade está sendo amplamente criticada e questionada pela comunidade jornalística e pela sociedade civil.