No cenário atual, os profissionais da área de comunicação enfrentam desafios que têm impactado significativamente a saúde física e mental. Em uma audiência pública promovida pelo Conselho de Comunicação Social (CCS) nesta segunda-feira (1º), foi discutido como as organizações do trabalho e a falta de normas específicas têm agravado a situação dos trabalhadores. Problemas como flexibilização dos direitos trabalhistas, baixa remuneração, pressão e jornadas exaustivas foram apontados como recorrentes e relevantes durante o debate.
O conselheiro José Antônio de Jesus da Silva destacou que os desafios enfrentados pelos jornalistas se estendem a outros profissionais da comunicação, como radialistas e cinegrafistas. Segundo ele, o ambiente de trabalho tem gerado impactos negativos na saúde e bem-estar dos trabalhadores, levantando a necessidade de uma discussão mais ampla no Congresso Nacional sobre essas questões.
Impactos da Pressão
A analista Cristiane Reimberg, que realizou uma pesquisa sobre a saúde dos profissionais da imprensa em 2015, revelou dados alarmantes sobre as condições de trabalho. A flexibilização dos direitos trabalhistas, as longas jornadas de trabalho e a cobrança por alta produtividade foram alguns dos pontos levantados. A pressão por resultados imediatos e a necessidade de se adaptar às novas tecnologias têm contribuído para o aumento do estresse e do esgotamento dos profissionais.
Desafios da Organização do Trabalho
O médico sanitarista Hélio Neves ressaltou a complexidade dos impactos da organização do trabalho na saúde dos profissionais, especialmente durante a pandemia. O home office trouxe benefícios para alguns, mas para outros representou uma ameaça, com a necessidade de estar disponível a qualquer momento. A questão da saúde mental também foi destacada, com o aumento dos casos de síndrome de burnout e a dificuldade de acesso a tratamentos adequados.
Necessidade de Normas Específicas
A auditora fiscal do Trabalho Roseniura Santos apontou a urgência de normas de saúde e segurança específicas para os profissionais de comunicação. Ela ressaltou a falta de regulamentação adequada e a necessidade de participação conjunta de diferentes setores para elaborar regras compatíveis com a realidade do trabalho na área. A conselheira Maria José Braga destacou a importância de estabelecer mecanismos para garantir o cumprimento das normas e minimizar os impactos negativos na saúde dos trabalhadores.