Durante sete anos, Emmanuel Macron mostrou-se seguro de si e do seu destino. “Ele acredita que sempre podemos virar a mesa e que, no fundo, ele foi feito para isso”, resume um executivo centrista.
Perante a adversidade, ele se apresentará como o guardião das instituições e valores republicanos, especialmente se estiver em coabitação direta com Jordan Bardella e, por extensão, Marine Le Pen. E tentar encontrar um lugar na história que não seja o do presidente da segunda dissolução fracassada, depois da de Jacques Chirac em 1997.
“Ele pode tentar durante um ano refazer a sua imagem e depois dissolver novamente, sob um pretexto ou outro, para encontrar uma maioria mais favorável”, esboça Mathilde Philip-Gay, sabendo que a dissolução já não é possível dentro de 12 meses.
Eleito em 2017 e 2022 com a promessa de bloquear a extrema direita, só tem uma opção se Jordan Bardella chegar a Matignon: garantir que Marine Le Pen não faça o mesmo em 2027, ao Eliseu.
Para um ex-ministro que o conhece bem, não há dúvida: “ele vai inviabilizar a vida (no campo oposto) e tentar se colocar em condições de nomear seu sucessor”.
“Se o RN falhar dentro de dois anos, talvez ele possa aparecer como aquele que dará à França um presidente não extremista em 2027”, admite um apoiador. “Mas a extrema direita não abre mão do poder quando o possui.”