França enfrenta ansiedade fascista com ascensão da extrema direita: personalidades políticas e atletas se unem contra o medo




Leitura emocional da França diante do terremoto político

Leitura emocional da França diante do terremoto político

Para Raphael Llorca, pesquisador da Fondation Jean Jaurès, fazer uma leitura emocional da França neste momento era necessário diante do terremoto político no país. Segundo ele, a sociedade vive “o que podemos chamar de uma ansiedade fascista”. “Ou seja, o medo do que significa a chegada ao poder da extrema direita”, disse.

O escritor Hervé Le Tellier confirma a existência do sentimento. “O que tínhamos até hoje era a extrema direita imposta pelos nazistas na França. Agora, é pela urna”, constatou.

A angústia e o medo ainda levaram mais de 200 personalidades políticas da França, inclusive ex-ministros de diversos partidos, a publicar uma carta comum apelando para que haja uma união entre as forças democráticas para vencer, em cada região eleitoral, os candidatos de extrema direita.

A extrema direita continua sendo o que ela sempre foi: uma inimiga da democracia e uma propagadora do ódio.
Carta de personalidades francesas

Também de forma coordenada, dezenas de atletas franceses que representaram o país em competições internacionais assinaram uma declaração conjunta afirmando que “não iriam se resignar a ver a extrema direita chegar ao poder na França”. Entre eles estavam o tenista Yannick Noah, François Gabart, Marie-José Pérec, Marion Bartoli e Yohann Diniz.

A eleição ainda é acompanhada pelas principais capitais da Europa e do mundo, de olho no que pode ser um novo capítulo da história do avanço da extrema direita. Desta vez, no coração do Iluminismo.


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