Em 30 de maio de 1992, o Conselho de Segurança aprovou um “embargo total” contra a Sérvia e Montenegro, que incluiu pela primeira vez sanções esportivas e comprometeu a participação dessas duas jovens nações nos Jogos Olímpicos de Barcelona, que aconteceriam dois meses depois.
A Espanha e o COI “negociaram com a ONU e inventaram uma solução”, que prenunciava os “atletas individuais neutros” aprovados para russos e bielorrussos nos Jogos de Paris, diz Jean-Loup Chappelet. Sérvios, montenegrinos e macedônios competiriam em Barcelona 1992 como “participantes olímpicos independentes”, sem desfilar na cerimônia de abertura.
Para consolidar sua presença internacional, o COI propôs à Noruega que solicitasse uma trégua olímpica para os Jogos Olímpicos de Lillehammer, que foi estendida em 1995 quando os Estados Unidos, anfitriões de Atlanta 1996, seguiram o exemplo.
. Como a França tentou promovê-la?
Em meados de abril, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que “faria todo o possível” para que houvesse uma trégua olímpica no mundo durante os Jogos Olímpicos e afirmou ter o apoio da China. Mas, um mês depois, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, deu a entender que não concordaria com isso porque os atletas russos não poderiam participar das Olimpíadas “com sua bandeira e seu hino nacional”.
Perguntado pela AFP em meados de maio, o presidente ucraniano, Volodomir Zelenski, rejeitou a ideia de “uma trégua que faria o jogo do inimigo”.