No cenário televisivo nacional, a genialidade de uma atuação transcendia as barreiras do som. Foi durante um almoço com executivos da Globo que um episódio marcante ilustrou a importância da interpretação visualmente impactante. Enquanto uma renomada atriz – seja Renata Sorrah, Laura Cardoso ou Marília Pêra – encenava em uma reprise do “Vale a Pena Ver de Novo”, um alto escalão da emissora foi cativado pela cena, sem a necessidade do áudio.
O líder, com toda sua experiência nos bastidores da TV, afirmou de maneira inesquecível: “Você reconhece boa atuação é assistindo TV sem volume”. O silêncio da tela transmitia a genialidade de artistas consagrados, enquanto outros atores menos talentosos pareciam desprovidos de brilho ao gesticularem em vão.
Relembrando desse episódio no contexto atual, destaco o embate entre Trump e Biden no debate eleitoral. Ao assistir pela CNN, com o som desligado temporariamente, a ausência de habilidade de comunicação de ambos era evidente. O candidato democrata, Biden, não demonstrava a mesma magnitude cênica das atrizes renomadas, sendo comparado a atores iniciantes de uma novela adolescente.
A masculinidade em declínio refletida na política norte-americana é alarmante. A narrativa da “família tradicional” propagada por figuras como Trump e Bolsonaro resgata um modelo retrógrado de liderança, baseado em estereótipos ultrapassados de virilidade.