Indústria de beleza deixa de lado pessoas com deficiência em lançamentos de produtos de maquiagem, revela teste com pincéis acessíveis





Indústria de beleza e acessibilidade: desafios e inovações

No cenário de constantes lançamentos na indústria de beleza, um aspecto fundamental muitas vezes é negligenciado: a acessibilidade para pessoas com deficiência. Embalagens, formas de uso e identificação de produtos nem sempre são pensados considerando as necessidades desse público, o que gera grandes desafios no dia a dia.

Para pessoas com deficiência visual, por exemplo, identificar cores de maquiagens em paletas ou diferenciar produtos com embalagens similares pode ser um verdadeiro obstáculo. Já para aqueles com deficiência motora, segurar um pincel com precisão pode ser uma tarefa difícil.

No intuito de abordar e avaliar essa questão de acessibilidade, a equipe da Folha convidou três mulheres com deficiência visual para testarem os pincéis com recursos acessíveis lançados pelo Grupo O Boticário. Os pincéis foram projetados com cabos de base quadrada, orientação tátil e cerdas coloridas, visando facilitar a identificação e uso por pessoas com diferentes necessidades.

Cabo com base quadrada

Os pincéis têm um diferencial imediato: suas bases quadradas. Essa escolha foi estratégica para evitar que rolem ou caiam, proporcionando maior estabilidade e precisão durante o uso.

Orientação tátil

Além das bases quadradas, os pincéis também possuem sinalizações táteis na base, como bolinhas e formas geométricas em relevo, indicando o tipo de produto a ser utilizado. No entanto, as participantes ressaltam que as marcações podem não ser tão efetivas para pessoas cegas, que acabam dependendo mais da memorização dos pincéis e das cerdas.

Cerdas coloridas

Apesar das cerdas coloridas terem o propósito de proporcionar contraste para pessoas com baixa visão, as participantes apontam que, ao entrar em contato com a maquiagem, as cores se misturam e não facilitam a diferenciação. A escolha das cores nos cabos poderia ser mais eficaz nesse sentido.

Embalagem

Um ponto crucial destacado pelas convidadas foi a falta de acessibilidade nas embalagens dos produtos. A ausência de identificação tátil nas embalagens dificulta a autonomia na compra, sendo necessário auxílio para identificar os produtos. Sugestões como a inclusão de códigos QR para identificação foram levantadas como possíveis melhorias.

Em meio a essas experiências e desafios, o Grupo O Boticário reforça a importância de estudos e colaborações com pessoas com deficiência para aprimorar a acessibilidade em seus produtos. A busca por soluções inovadoras que atendam às diversas necessidades do público é essencial para promover inclusão e diversidade no mercado de beleza.

Como parte de sua iniciativa Todas, a Folha oferece três meses de assinatura digital grátis para mulheres. A promoção visa incentivar o debate e a conscientização sobre a importância da acessibilidade e representatividade nos produtos do cotidiano.


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