O embate político na França entre a esquerda e a extrema direita
O cenário político francês está cada vez mais acirrado conforme as eleições se aproximam. Em Marselha, o primeiro-ministro Gabriel Attal fez duras críticas aos chamados “dois blocos extremistas que se alimentam um do outro”. Attal busca equiparar as propostas da esquerda, formada por partidos como socialista, ecologista, comunista e a esquerda radical da sigla França Insubmissa (LFI), com as propostas do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen.
Em uma coletiva de imprensa da Nova Frente Popular, o senador socialista Alexandre Ouizille afirmou: “Desejamos restabelecer imediatamente um ISF com um componente climático de € 15 bilhões”, destacando a proposta da coalizão de esquerda para as eleições legislativas.
Ao chegar ao Palácio do Eliseu, o presidente Emmanuel Macron transformou o ISF em um imposto sobre a riqueza imobiliária (IFI), evidenciando a intenção do governo em tornar a França mais atrativa para investimentos.
Segundo a economista Julia Cagé, a reintrodução do ISF caso a coligação de esquerda vença poderia gerar inicialmente “doze ou treze bilhões de euros”, antes de chegar a € 15 bilhões. Além disso, a Nova Frente Popular planeja introduzir um imposto sobre superlucros a partir de 2024, arrecadando também € 15 bilhões.
Os € 30 bilhões resultantes dessas medidas seriam destinados a financiar um aumento de 10% nos subsídios para moradia (APL), a revogação de reformas na aposentadoria e seguro-desemprego, além de um aumento salarial de 10% para funcionários públicos.