Escândalos na Igreja Universal: ex-pastores denunciam vasectomia forçada, orientação para auxílio emergencial e desvio de dinheiro internacional.






Reportagem sobre a Igreja Universal do Reino de Deus

Em fevereiro, ex-pastores denunciaram que foram obrigados a fazer vasectomia. Uma fonte ouvida pelo jornalista Ranieri Costa disse ao UOL que “a obrigação em fazer a vasectomia se dá pelo fato de o pastor ter compromisso apenas com a dita obra de Deus” e por isso, “todo pastor, antes de casar, é obrigado a fazer a cirurgia”. Além dos pastores casados, os solteiros também alegaram terem sido obrigados a fazer a cirurgia. Em nota, a Igreja afirmou que “a acusação de imposição de vasectomia é facilmente desmentida”. No entanto, a Justiça condenou a Universal a pagar R$ 100 mil de indenização para um pastor que disse ter sido obrigado a se esterilizar.

Na pandemia, Universal orientou pastores a pedirem auxílio emergencial. Em 2021, religiosos afirmaram que foram orientados pela direção da igreja a pedir o benefício e comunicar à instituição para que o valor fosse descontado em seus salários. Os pastores da Universal —como em muitas outras denominações religiosas — não são registrados em carteira e não têm contrato de trabalho. Uma reportagem do UOL descobriu que pelo menos 69 religiosos acessaram o benefício. À reportagem, a instituição disse que “não comenta assuntos internos pela imprensa” e que tomaria “as devidas medidas judiciais para corrigir qualquer informação caluniosa e/ou difamatória à Instituição e seus oficiais, que o portal venha divulgar.”

Problemas internacionais. Pastores da Igreja Universal do Reino de Deus da Angola fizeram um levante contra a direção brasileira da instituição para denunciar um esquema de desvio de dinheiro do país para o Brasil. Investigações apontaram que a Igreja levou ilegalmente de Angola para a África do Sul, a cada três meses, US$ 30 milhões, segundo denúncias de bispos angolanos às autoridades do país. Os valores somados chegam a US$ 120 milhões por ano. A insatisfação gerou um manifesto em que os angolanos reclamavam de práticas de racismo, discriminação, abuso de autoridade, imposição de vasectomia aos pastores e intromissão na vida conjugal dos religiosos.


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